sexta-feira, 29 de abril de 2011

29ABR2011 | 09:31 Vida e Morte de Leonel de Moura Brizola (1922–2004) Geral 'Os grandes estadistas diferem dos políticos comuns, pois não de preocupam com votos, mas com as futuras gerações. 'Leonel Brizola' Joédson Brizola*

Foi o nosso líder engenheiro civil e político idealista brasileiro nascido no povoado de Cruzinha, em Carazinho, no Estado do Rio Grande do Sul, que comandou como governador do Rio Grande do Sul, a resistência à presidência da republica. Filho de uma família de lavradores, apelidado como Itagiba, foi engraxate e registrou-se aos 15 anos, quando escolheu seu próprio nome.
Formou-se em engenharia civil (19498), dois anos depois de eleger-se deputado estadual pelo PTB. Casou-se (1950) com Neuza Goulart Brizola, irmã do futuro presidente João Goulart, numa relação que o aproximou de Getúlio Vargas. Foi secretário estadual de Obras Publicas (1952), deputado federal (1954), prefeito de Porto Alegre (1955) e governador do Rio Grande do Sul (1958), onde deixou sua marca com a construção de 6000 (seis mil) escolas.
Em sua gestão, adotou posições nacionalistas elétricas e telefônicas. Após a renúncia de Jânio Quadros, comandou (1961), ao lado do general Machado Lopes, comandante do III Exército, a Rede da Legitimidade, em defesa da posse de João Goulart. Um ano depois, elegeu-se deputado federal pelo estado da Guanabara, com maior votação obtida até aquela data na historia do Congresso Brasileiro (260.000 votos). A partir de então destacou-se como mais veemente líder da esquerda radical. Como o lema Reforma na lei ou na marra, tentou resistir ao golpe militar de 64, mas foi desautorizado por Goulart, que preferiu refugiar-se no Uruguai. Tornou-se, assim, inimigo dos golpistas e teve seus direitos políticos cassados (1964). Passou a residir no Uruguai e, depois, nos Estados Unidos (1977 - 1979), onde, por determinação do então Presidente Jimmy Carter, recebeu Passaporte Diplomático.
Após a anistia (1979) voltou imediatamente ao Brasil,mas perdeu logo depois a legenda do tradicional Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, para Ivete Vargas.
Três anos depois elegeu-se governador do estado do Rio de Janeiro pelo Partido Democrático Trabalhista (1982) por ele fundado, notabilizando-se por sua ênfase à educação com a construção dos famosos Centros Integrados de Educação Publica, os CIEPs.
A passarela do samba construída na Marquês de Sapucaí(1984), foi sua primeira e grande obra, seguida pela construção da denominada LINHA VERMELHA, maior ainda, que recebeu o nome de RODOVIA EXPRESSA JOÃO GOULART (o nome da rodovia foi sugerido e aprovado por unanimidade em reunião com o Diretor Geral do DER-RJ), o que beneficiou milhões de cariocas e fluminenses.
No plano nacional, apoiou a candidatura de Tancredo Neves à presidência da Republica. Reelegeu-se governador do Rio de Janeiro (1990), depois de haver tentado a presidência da republica (1989). Nessa campanha presidencial apoiou Lula contra Fernando Collor no segundo turno. Dona Neuza morreu (1993) vitima de complicações pulmonares depois de uma cirurgia no estômago. Viúvo e saudoso tentou ainda a presidência (1994), mas não conseguiu. Os dois, ele e Lula foram companheiros de chapa contra Fernando Henrique Cardoso: Lula como candidato a presidente e ele a vice(1998). Apoiou novamente Lula na então vitoriosa campanha 2002) contra José Serra.
Presidente nacional do PDT morreu no dia 21 de junho de 2004, vitima de enfarte agudo do miocárdio decorrente de complicações de uma infecção pulmonar, no Hospital São Lucas em Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro. Seu corpo foi velado no Salão Nobre do Palácio de Guanabara, nas Laranjeiras e, no dia seguinte, levado para o primeiro Centro Integrado de Educação Publica (CIEP) inaugurado por ele, no Catete. Ainda pela manhã, seguiu ao Palácio Piratini , em Porto Alegre, onde também foi velado. O enterro foi realizado em São Borja, no interior do Rio Grande Do Sul, sepultado junto à sua esposa Neuza Brizola e mais Getúlio Vargas e João Goulart. O Brasil, de tal forma perdeu a oportunidade de ter tido o Brizola seu Presidente. O importante é que, com a morte do líder, o PDT, em 2004, elegeu em seu lugar como Presidente Nacional do PDT, o atual Ministro do Trabalho e Emprego do Brasil, o incansável companheiro CARLOS LUPI. E também elegeu o Deputado Federal Brizola Neto, hoje secretário estadual de trabalho no Rio de Janeiro podendo retornar a qualquer momento para a câmara federal em Brasília.
* Jornalista, sobrinho de Leonel Brizola

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